Dona Conceição faz os Bem-Casados dos famosos

  Foto: Lúiz Henrique Mendes

Dona Conceição: “Eu amo bem-casados”



A famosa “Dona Conceição” oferece mais do que bolinhos saborosos às noivas

Paula Balsinelli, iG São Paulo | 13/05/2010 10:13

É quase um evento. As noivas chegam ao show-room de bem-casados da Dona Conceição, localizado na zona sul de São Paulo, acompanhadas por muita gente. Mãe, tias, irmãs e avós passam até duas horas fechadas numa sala em busca da embalagem perfeita para os bolinhos famosos.

As opções vão do crepom nacional aos sofisticados tecidos importados. Conceição Amaral, a famosa dona Conceição, elege o mais bonito entre eles: “Adoro as embalagens clássicas, com flores. A minha preferida é com camélia”, diz.

Mas, para muitas noivas, a escolha costuma ser difícil. “Mudam de ideia e votam até cinco vezes, outras pensam em trocar a decoração do casamento por conta da embalagem”, conta Marcela Rizzo, que atua no marketing da empresa.

Modelos exclusivos também podem ser desenvolvidos. A assessora dobra, enrola, enlaça e, se a noiva não gostar, faz tudo de novo e diferente. Entre uma tentativa e outra as clientes comem os bem-casados, que chegam acomodadas numa bandeja prateada.

Mais da metade das clientes partem das cidades do interior ou de outros estados. “A Conceição existe mesmo?”, perguntam. As consultoras acham graça e mostram fotos da empresária ao lado de personalidades, como as apresentadoras Ana Maria Braga e Luciana Gimenez.

Aos 74 anos, a doceira divide seu tempo entre o show-room e a fábrica. “Consegui formar uma equipe que tem minha total confiança, mas, mesmo assim, quase todos os dias passo na produção e vejo se está tudo do jeito que eu gosto”, conta ela. 

"Cerimônias de casamento são momentos produzidos à base da perfeição. Do figurino dos noivos à decoração, todos os elementos são pensados para garantir a melhor lembrança da data e dar um empurrãozinho à boa sorte do casal.

É nesse pacote de pequenos detalhes que entra a tradição do bem casado. Simples e delicioso, consiste em duas bolachas de pão-de-ló unidas com doce de leite e banhadas em água-com-açúcar. Simbolicamente, representa a união do homem e da mulher, num encontro de dois seres que se completam.

Apesar de serem utilizados em outras celebrações, como batizados ou 15 anos, é nos matrimônios que os bem-casados brilham. “É o doce mais esperado das festas de casamento, pois além de serem deliciosos, existe toda uma tradição, uma história que ele também carrega”, diz a empresária Conceição Amaral.

Mais conhecida como Dona Conceição, ela administra a Conceição Bem Casados, localizada em São Paulo e referência na confecção dos quitutes. Angélica e Luciano Huck, Ticiane Pinheiro e Roberto Justus, Tânia Khalill e Jairzinho são alguns casais famosos que tiveram a “benção” dos bem casados da Dona Conceição.

Segundo ela, a falta do doce nas festas não significa necessariamente azar, mas casamento sem bem casado não é completo. “Dizem que sua presença traz boa sorte aos noivos, mas acredito que ele seja indispensável muito mais pelo fato de as pessoas o adorarem e pela questão da tradição do que por qualquer outro motivo”, defende.

Sem revelar os números de sua produção, Dona Conceição conta que trabalha com a mesma (secreta) receita há quase 50 anos, sem nenhuma variação. “O que muda são as embalagens, que podem ser as mais tradicionais ou dependendo do estilo da noiva, mais modernas.

Sobre os formatos favoritos, a eterna doceira, que não abre mão de sempre conferir de perto a qualidade da fabricação, explica que não há regras. Conforme ela, um casal mais tradicional geralmente opta por uma embalagem mais clássica, com flores, em tons pastéis. Já um mais contemporâneo prefere cores mais vivas e materiais como cristais.

Com opções que vão do crepom a sofisticados tecidos, os modelos também podem ser desenvolvidos de modo exclusivo para cada casal, de acordo com seu estilo. Em sua opinião, as mais bonitas são as embalagens clássicas, com camélias.

Para Dona Conceição, o segredo do sucesso se esconde nos detalhes. Experiente em outros tipos de doces, ela revela que nenhum deles exige tanto cuidado e delicadeza quanto um bem casado. “Deixá-lo leve e saboroso é uma arte”, conclui.

 

Foto: Lúiz Henrique Mendes

Camélia de papel e laço de cordão, o preferido



Conceição vistoria as partes que formam os bem-casados – elas devem estar igualmente douradas e sem bolhas. É nesse momento que costuma fazer uma das coisas que mais gosta: “Adoro comê-los assim que as bolachas saem do forno, quentinhas. Recheio e como na hora”, entrega.

A receita é conhecida apenas pelos filhos, que tocam a empresa: Margarida é diretora de planejamento e Fábio comanda a parte comercial. Para a empresária, o segredo do sucesso está em cada detalhe: “Já trabalhei com diversos tipos de doces e o preparo de nenhum deles é tão delicado e difícil quanto o dos bem casados. Fazer um bem casado leve e saboroso é uma arte”, diz.

Para visitar o show-room é preciso marcar hora. A unidade simples, embalada com papel crepom nacional e fita de cetim, custam a partir R$2,40. O preço aumenta de acordo com a sofisticação do material e das ideias mirabolantes das noivas que ao final da festa poderão dizer: “Gostou? É da Conceição”.

Bem-Casados de Dona Conceição

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